Barack Obama assinou a lei, que fica conhecida pelo nome da trabalhadora (Lilly Ledbetter), em directo para as câmaras de televisão e acompanhado pelo seu vice-presidente, Joseph Biden, pela secretária de Estado, Hillary Clinton, e pela própria Lilly Ledbetter, que se emocionou ao receber os aplausos dos presentes.

Ledbetter foi supervisora na empresa de pneus Goodyear Tire e Rubber Company, em Gadsden, Alabama, e pouco antes de se reformar, em 1998, apercebeu-se de que, durante 15 anos, a empresa lhe pagou menos 40 por cento que aos seus colegas homens pelo mesmo tipo de trabalho.

A trabalhadora apresentou então, em Novembro de 1998, uma queixa judicial relativa a esta questão, que acabou por ganhar, mas o Supremo Tribunal dos EUA rejeitou-a depois (numa votação de cinco juízes contra quatro) com o argumento de que foi levado muito tempo a apresentar a acção.

De acordo com o Supremo Tribunal, Lilly Ledbetter devia ter apresentado a queixa num prazo de 180 dias desde o primeiro cheque "discriminatório" que recebeu.

A denúncia colocou, no entanto, em relevo a discriminação de que sofrem muitas mulheres e gerou um movimento de apoio, que acabou com a aprovação da legislação sobre igualdade salarial, denominada "Lei Lilly Ledbetter de Restabelecimento do Pagamento Justo".

"Com a assinatura desta lei estamos a defender um dos primeiros princípios desta Nação: que somos todos iguais e temos o direito de perseguir a nossa própria versão da felicidade", afirmou o novo Presidente norte-americano, minutos antes de assinar o documento.

Barack Obama elogiou Ledbetter, considerando-a uma mulher que "trabalhou duro e bem" e que, no entanto, obteve uma remuneração menor do que os seus companheiros masculinos de cerca de 200.000 dólares (cerca de 154.000 euros) durante os seus anos na empresa.

"A história de Ledbetter é a das mulheres de todo o país, que ganhavam 78 centavos por cada dólar que os ganham os homens, cifra que é inclusivamente inferior quando as mulheres são de cor", vincou o Presidente.

Na opinião de Barack Obama, "a reivindicação de Ledbetter não é uma questão de feminismo, mas sim de justiça familiar, porque a discriminação salarial faz com que as famílias contem com menos dinheiro para educação, saúde ou para a sua própria reforma, algo importante nestes tempos de crise".