Finanças Comportamentais

As finanças tradicionais baseiam-se no pressuposto da eficiência dos mercados, considerando portanto que todos os investidores são racionais, lógicos e avessos ao risco. Na prática e de acordo com estudos de psicologia desenvolvidos nas últimas décadas, o que se verifica é que os investidores são sistematicamente irracionais. A aplicação desta descoberta ao investimento resultou nas chamadas finanças comportamentais (behavioral finance). Esta vertente do ramo das Finanças tem vindo a ganhar visibilidade nos últimos anos, sobretudo a partir da famosa “bolha” tecnológica do início do século. As finanças comportamentais têm demonstrado que os investidores são, na realidade, muito emocionais, excessivamente confiantes e apresentam uma visão distorcida das suas necessidades e objectivos. Este tipo de comportamento, praticado em massa, pode conduzir, por vezes, a “bolhas” nos mercados e comportamentos sazonais (exemplo: o efeito Janeiro).

Em concreto, as finanças comportamentais procuram estudar o modo como o comportamento humano afecta os preços de mercado, levando-os a afastarem-se do seu valor fundamental ou intrínseco. Como exemplo deste distanciamento, deixamos alguns exemplos de comportamentos dos investidores que normalmente conduzem à tomada de decisões erradas:
O investidor focaliza-se demasiado nos valores mobiliários que conhece melhor, construindo normalmente carteiras pouco diversificadas e logo, mais arriscadas;
O investidor tira conclusões sobre o futuro com base no passado recente com demasiada facilidade;
O investidor reage ou demasiado rápido ou tarde demais em relação a determinada informação nova disponível.
Controlar as emoções e a tendência para o comportamento de massas constitui assim um meio bastante eficaz para melhorar a racionalidade e equilíbrio nos investimentos. O mais difícil é conseguir fazê-lo.

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